Como todos sabemos a açorda é uma sopa característica da cozinha alentejana, sejamos sinceros é a sopa mais característica do Alentejo. Podemos andar de região em região e descobrir um número infindável de variantes da açorda, mas a base, a “açorda-mãe”, a origem de todas as outras, é feita de forma simples e rápida.
Então para fazermos a açorda tradicional, comece por pisar 3 dentes de alho num molho de sal e poejos usando o almofariz. Depois pegue no piso e deite numa terrina funda. Adicione uma colher de azeite por pessoa.
Deite água fervida (conforme a quantidade que pretendemos), sobre o piso na terrina, e com pão alentejano cortado às fatias, faça "sopas" de forma cúbica e à mão.
A partir daqui é que podemos fazer as nossas variantes, adicionando mais ingredientes como coentros, carne, etc.
Quando a açorda é para acompanhar uma pescada, bacalhau, etc. Use a água em que se coseu o peixe, procedendo da mesma forma, fervendo, deitar sobre o piso, e juntar o pão.
Atenção não corte o pão (da sopa), com uma faca use a mão para que as formas fiquem irregulares.
Caso tenha dúvidas estarei pronto para o ajudar. (gourmet@live.com.pt)
Boa sorte e bom gourmet
1 comentário:
Caro Vicente tenho andado arredado aqui das lides bloguisticas, mas regressei em boa hora ainda tempo da açorda e de reler os interessantíssimos posts.
Ocorre-me dizer que de facto umas das características da cozinha alentejana é a simplicidade – dai a rapidez e versatilidade. Herda do mediterrâneo e das influências muçulmanas a mistura inesperada mas eficaz de matérias que abrem os sentidos. Por outro lado, é uma cozinha pobre, nas quantidades e nos ingredientes fruto das condições de vida exigentes a que tradicionalmente a região era submetida.
Faz-me lembrar a máxima da Bauhaus – LESS IS MORE!
Porém a escassez faz milagres, deixo umas dicas: desfazer a gema de um ovo cozido no caldo da açorda; como alternativa ao peixe – comer simplesmente o caldo e o pão acompanhado de uvas ou figos, uma verdadeira delicia; usaria menos azeite por pessoa; e nunca faço uma açorda sem umas tiras de pimento verde!
Um abraço
Artur
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