quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

CARM 2007 - Combinação de três castas

OJE - Lifestyle - 2010.02.10

Há produtores de vinho que facilitam a tarefa de quem tem por obrigação descrever uma pessoa, empresa ou produto, no entanto não dispensam a apresentação e o mérito ao trabalho que têm vindo a desempenhar.

Estamos em Fevereiro, a época das vindimas já passou, e grande parte do trabalho é feito na adega. A assinatura dos agricultores na uva está ultrapassada e agora é tempo de o enólogo deixar a sua marca.

Com um papel primordial de analisar o bago, controlar a maturação e começar a decidir em relação a cada casta, os enólogos sabem agora bem qual o vinho a produzir.

Todos os processos anteriores ao som do "pop" da rolha, ao líquido a estabelecer contacto com o vidro e aos aromas que perfumam o ar devem ser cuidadosamente pensados e trabalhados.
Nada deve ser deixado ao acaso, pois ainda não se levou o copo à boca e já se analisaram a cor e os diferentes aromas que esta garrafa libertou.

O enólogo Rui Madeira tem vindo, dia-a-dia, a controlar minuciosamente todas as etapas do processo, criando vários tipos de vinhos, mas todos com uma personalidade forte e controlada, onde a maturidade e o conhecimento adquiridos se transformam numa evolução positiva.

O vinho que venho hoje retratar combina de forma igual três castas, procurando, assim, as notas especiadas e os taninos firmes da Tinta Roriz, as notas de esteva e os taninos suaves da Touriga Franca, e finalizando com a complexidade de aromas de frutos pretos e silvestres, notas florais e frescas muito marcadas da Touriga Nacional no Douro Superior.

Estagiou em madeira controlada até Março de 2008, variando entre as cubas de inox e as barricas de madeira américa e francesa. E para criar um toque especial, sobre a colheita de 2007 foi adicionado um pouco da que ainda estava em estágio de 2006, não ultrapassando os 15 por cento.
O resultado é um vinho mais macio e adequado para o consumo diário, com um preço de venda a rondar os 6€, criando assim uma excelente relação preço/qualidade.

Este vinho acompanha bem carnes fortes, queijos e cozinha mediterrânica em geral.

NOTAS DE PROVA:

No nariz, notas de frutos secos silvestres e cerejas pretas em equilíbrio com sedutoras nuances de figos pretos e "liquorice", sendo o aroma complexado pelas ligeiras notas de madeira.

Na boca, apresenta bom corpo e acidez controlada, revelando-se especiado com taninos vivos de textura suave. Termina longo, agradável com ligeira secura. Pronto para se beber já, mas o ideal é abrir uma hora antes de o servir. Servir entre os 16º e os 17ºC.

Em nota de rodapé, deixo a informação que a Casa Agrícola Roboredo Madeira lançou uma nova gama de produtos gourmet, em que se destacam alguns azeites, vem como os frascos de pesto, pasta de azeitonas e pimentos com atum. No próximo mês vai sair uma maionese de azeite CARM com 70% de azeite.

Para comentar este artigo ou sugerir temas contacte o autor por gourmet@live.com.pt

Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 10 de Fevereiro de 2010

1 comentário:

Carl disse...

It is always a pleasure to visit and read you here.Thanks for the little narrative about wine making. There is a region here called the Finger Lake region in New York that has many winnerys and vineyards up and down the lakes. I always have a good time tasting from one to the other.:)
always take care,
Carl