sábado, 25 de setembro de 2010

Redoma 17 anos de história

Desde que degustei pela primeira vez um Redoma, que entrou nos meus vinhos de selecção.

Tem todas as características que aprecio num vinho: novidade, irreverência, além de ser um vinho altamente gastronómico.

É importante frisar que, como não poderia deixar de ser, iniciei a minha relação pelos tintos, depois os brancos, terminando nos rosés.

Desde esse primeiro contacto que todos os anos faço a mesma pergunta: será possível manter a qualidade e talvez superar um pouco?

A resposta é sim!

Pois faz menos de uma semana que tive acesso às mais recentes novidades e nenhuma delas me desiludiu, até pelo contrário, o Redoma Branco 2009 é um néctar bastante surpreendente.

Começo por falar um pouco do mais clássico: o Redoma Tinto 2008. Já são 17 anos de história desde a sua primeira colheita na Quinta do Carril em 1991, mas não é pelo tempo de experiência que Dirk Niepoort baixa os braços ao progresso, e este ano voltou a demonstrar que tudo o que faz é para ser bom e contemporâneo.

O Batuta tinto é produzido de vinhas velhas entre os 60 a 120 anos, sendo um blend entre as castas Tinta Amarela, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinto Cão, e outras, resultando no engarrafamento de 13.847 garrafas.

Em 2008, a sua apresentação é escura e intensa, evidenciando notas de ameixa, pimenta e vegetais.

A boca é suave, muito frutada e mineral, com taninos e acidez muito equilibrados, terminando intenso e persistente. Recomendo servido a 18ºC com um bom bife grelhado ou frito e molho forte e especiado. PVP 29€.

Falando do Redoma Branco 2009, a história reza ao ano de 1995, sendo produzido principalmente das castas Rabigato, Codega, Donzelinho, Viosinho e Arinto, revelando-se em 26.560 garrafas de um branco fantástico.

Limpo e cristalino, revela no nariz notas cítricas, minerais, um pouco de alperce e pêssego e uma ligeira tosta, e na boca essas mesmas notas revelam-se de forma fresca e elegante, de final complexo. Ideal para peixes assados, mariscos cozidos.

Sirva a 8-10ºC e o preço recomendado é de 14,70€.

Termino com o arrojado Redoma Branco Reserva 2009, também ele muito equilibrado e, principalmente, interessante.

Também ele é produzido das castas Rabigato, Codega, Donzelinho, Viosinho, Arinto e outras, dando lugar a mais de dez mil garrafas.

Envelhecido durante nove meses em cascos de carvalho francês, que lhe dão uma característica única e singular, este vinho é extremamente fresco e mineral e de uma complexidade apaixonante, com um subtil aroma a fumado.

A boca é um pouco ácida, mas mesmo assim equilibrada, passando para os sabores das frutas e minerais. Tem um bom potencial para envelhecimento. Sirva entre os 10-12ºC e o PVP situa-se nos 30€.

Dirk Niepoort não faz vinhos a pensar no seu ego, faz sim muitos vinhos de forma intensa e apaixonada, mas sempre a pensar que quem bebe os seus vinhos também tem uma palavra válida nas suas criações.

Os Redomas são vinhos para beber, degustar e, principalmente, apreciar.

Para comentar este artigo ou sugerir temas contacte o autor por gourmet@live.com.pt.

Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 8 de Setembro de 2010

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