segunda-feira, 23 de maio de 2011

Budapeste, do comunismo ao capitalismo

Longe vão os tempos que, para chegar a Budapeste, teríamos que fazer uma viagem sem fim, com escalas, e perdia-se um dia inteiro entre aeroportos e aviões.

Hoje a TAP já tem voos directos para a Hungria praticamente todos os dias, sendo agora apenas uma viagem de três horas e meia.

Depois de chegar a esta linda cidade, andar por cá é bastante fácil, pois cada bairro tem um número e as moradas evidenciam sempre essa catalogação.

A rede de transportes interna também é bastante simples e muito boa, desde os eléctricos que percorrerem a cidade em linhas rectas, os autocarros (um pouco envelhecidos), ao metro, e se não quer mesmo nada andar a pé, pode sempre optar pelos táxis (evite apanhar os de rua, peça sempre para chamar do hotel ou restaurante, sai sempre mais em conta).

Lá estou eu a falar em passear e ainda não disse onde dormir, na realidade aqui a oferta é muito vasta havendo alguns 5 estrelas e muitos de 4 com qualidade, o importante é que estejam o mais possível perto do centro.

Uma das avenidas mais populares e centrais é a Erzsébet, e aqui a opção mais sólida é o Corinthia Hotel Budapest, com 414 quartos, 31 suites e ainda vários apartamentos para quem pretende ficar um pouco mais tempo, ou então mais reservado.

Este hotel, que abriu em 1896 como Grand Hotel Royal, sobre muito luxo, foi sempre considerado um emblema da cidade. Depois de esquecido e quase a cair, este grupo em 2003 voltou a recriar o charme que sempre lhe foi gabado.

Alem dos vários quartos, este hotel tem um SPA com uma piscina fantástica, um piso executivo (com internet, jornais, salas de reunião e snacks, tudo oferta para os empresários), vários restaurantes, onde se destaca o asiático Rickshaw e a famosa pastelaria e casa de marcipan: Szamos Marcipan Café.

Corinthia Hotel Budapest
Erzsébet körút 43-49 Budapest H-1073.
Tel: +36 1 479 4000.
www.corinthia.com

Noutra zona, um pouco mais afastado do centro, mas suficientemente perto para se demorar apenas 5 minutos até chegar a um ponto de visita importante, está um dos mais bonitos hotéis da cadeia da Four Seasons - o Gresham Palace.

Com uma arquitectura Art Noveau, combina a excelência de um serviço de cinco estrelas com uma decoração e arquitectura únicos e uma vista de sonho sobre o Danúbio e a zona de Buda. Mesmo que não se pernoite aqui, vale a pena visitar não só o lobby e o seu bar, como experimentar o restaurante com porta para a rua e muito bem conduzido pelo chefe italiano Simone Cerea, e por fim terminar relaxado no fantástico SPA.

Four Seasons Hotel Gresham Palace,
Roosevelt tér 5-6, 1051 Budapest.
Tel: +36 1 268 6000.
www.fourseasons.com/budapest

Saindo agora do espectro da dormida, vou retomar ao passeio, pois esta cidade tem tantos locais para visitar que não há tempo para ficar no quarto a fazer ronha.

A basílica de San Stefano (Szent István-bazilika), terminada em 1905 e dedicada ao primeiro rei da Hungria, Szent István(975–1038), é baseada no estilo neoclássico.

Os museus também são muito interessantes, havendo de todos os estilos, de arte, de história da guerra, etc. Dos que visitei, o Museu Nacional Húngaro foi o que revelou as mais interessantes peças da história deste país, remontando mesmo a vários séculos a.C.

É comum, para quem anda a passear pela rua, encontrar em todos os cantos e recantos vários prédios com fachadas lindas, muitos jardins no meio da cidade, e um longo Danúbio que, não só embeleza Budapeste, como tem um conjunto de histórias românticas, dramáticas e de outros géneros sem fim.

Muito importante é o espírito de aventura, e sempre que há uma entrada para o interior de um prédio, não deixe de entrar, pois nunca se sabe o que este pode esconder: uma loja de bugigangas, um café romântico, um antiquário, há sempre algo novo para explorar.

Outro ponto interessante é o bairro judeu e a sua sinagoga: a segurança é apertada, como não poderia deixar de ser, mas o seu interior é fascinante e bastante revelador da história deste povo.

Todos os dias entre as 18h e as 19h, os locais juntam-se no Centro Cultural de Erzsebet e pelo jardim há vários músicos a tocar os seus instrumentos juntos ou isolados, e a estilos diferentes, o que demonstra bem a herança musical que este povo já nos deixou.

Muito populares e já com longa fama, são os famosos banhos e aqui poderá optar pelos do Gellert ou do Rudash mas aviso desde já que são mais interessantes no inverno, mas é algo a não perder.

Termino com alguns locais para jantar: para se comer a típica comida húngara é imprescindível ir ao Bock Bisztró na rua Erzsébet, mesmo junto ao Corinthia.

Aliás, partilham paredes. Aqui poderá passear por toda a Hungria sentado à mesa, não é um restaurante rústico como os do interior, mas o sabor está lá todo.

Bock Bisztró
1073 Budapest, Erzsébet körút 43, Hungary.
Tel: +36 1 321 0340.

Popular nesta zona é o caviar, e para experimentar o melhor que nesta terra se faz não há nada como ir ao Arany Kaviár Étterem, cozinha russa, muitos blinis e caviar ao melhor preço.

1015 Budapest, Ostrom utca 19.
Tel: (+361) 201 6737.
www.aranykaviar.hu

Mas a paragem obrigatória é no restaurante Costes na Raday, uma das mais animadas ruas de Budapeste, pois no número 4 vai encontrar nada menos, nada mais do que o português Miguel Rocha Vieira, que desde 2008 está a chefiar este restaurante, tendo já valido uma estrela Michelin e muitas louvas de todos os seus clientes.

É um espaço que não pode perder, e não se esqueça de dizer em português “Posso falar com o Chefe?”, pois ele concerteza vai ficar feliz de o receber.

Costes Restaurant
1092 Budapest, Ráday utca 4.
Tel: +36 1 219 0696.
www.costes.hu

Agradecimento a TAP (Transportadora Aérea Portuguesa), pela colaboração na reportagem.

www.flytap.pt

Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 13 de Maio de 2011

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